Nordeste 2008 - Voo Livre, Serra de Bornes

Quarta e Última Prova do Campeonato Nacional 2008

 

9 de Agosto - 7º dia

Acabou o campeonato nacional de parapente. A última prova, na Serra de Bornes, em Macedo de Cavaleiros, contou com quatro mangas válidas num total de sete dias possíveis e uma afluência de pilotos bastante significativa. Foram, no total, 10 mangas, divididas por quatro competições que percorreram o país desde Castelo de Vide até Macedo de Cavaleiros, passando por Linhares da Beira.

A última manga realizou-se hoje. As previsões eram bastante boas, tendo em conta os últimos dias, pelo que os pilotos estavam bastante entusiasmados com este final de campeonato. A diferença de pontos entre os primeiros era muito pequena e muitos lutavam por um lugar do pódio. O vento fraco aliciou o comité de pilotos e o director de prova a fazerem uma manga de “ida e volta”, na área de Macedo de Cavaleiros. Num total de 45,9 quilómetros, o percurso teria uma baliza na Quinta do Cruzamento e meta na Barragem do Azibo.

No entanto, nem tudo correu como previsto. O vento acabou por entrar com alguma força e a última perna, de mais ou menos 17 quilómetros, acabou por ser feita contra vento. O resultado não foi muito satisfatório: apenas dois pilotos conseguiram completar o percurso na totalidade, com Nuno Virgílio em primeiro, em pouco menos de duas horas, Cláudio Virgílio em segundo, e Cristiano Pereira em terceiro.

 

Com isto, o resultado final do Nordeste 2008 foi o mesmo desta manga, com Nuno Virgílio em primeiro, Cláudio Virgílio em segundo e Cristiano Pereira em terceiro. Em relação ao resultado por clubes, o primeiro lugar vai para o CSD Câmara de Lobos, o segundo para a Associação Estamos Juntos e o terceiro para a AVLS. Na classe dos pilotos femininos, Sílvia Ventura arrecadou o primeiro lugar do pódio, ficando à frente de Andreia Lopes. Nos jovens competidores, Roberto Torres ficou em primeiro lugar, seguido de Pedro Pina e Luís Neves, em segundo e terceiro lugar respectivamente.

Isto significa que as contas no Campeonato Nacional foram bastante alteradas. Cláudio Virgílio é o Campeão Nacional 2008, seguido de Pedro Lacerda e Dinis Carvalho. Sílvia Ventura é a Campeã Nacional e Roberto Torres o Campeão Nacional Esperanças. Nos clubes, CSD foi o grande vencedor, com a AVLS no segundo lugar e a Associação Estamos Juntos em terceiro.

Esta prova acabou por decidir o resultado final no Campeonato Nacional de Parapente 2008, deixando tudo e todos em espectativa até ao último dia. Para o ano há mais, com mais pilotos e, se a meteorologia ajudar, mais dias voáveis.

 

 

8 de Agosto - 6º dia

Apesar de as previsões serem melhores que nos restantes dias, o dia não começou da melhor maneira. A eólica indicava que o vento entrava de costas, pelo que o director de prova decidiu marcar novo briefing para as 11 horas. A decisão foi a de subir para a descolagem, mas os pilotos estavam algo cépticos em relação à realização de uma manga. Enquanto esperavam que as condições melhorassem, a esperança de se voar era cada vez menor.

Entretanto, o comité de pilotos, juntamente com o director de prova ia analisando a meteorologia para o dia. O tecto relativamente baixo no início do dia (entre os 1700 e os 2000 metros) dificultava-lhes um pouco a a tarefa mas, ainda assim, decidiram anunciar o percurso. Um voo para trás da serra, com uma baliza em Mogadouro, outra em Lagoaça com a meta em Freixo de Espada à Cinta, pouco mais de 50 quilómetros, proporcionava aos pilotos um fim de manga muito bonito por cima do Douro Internacional.

Dois wind dummies descolarem e o voo não parecia estar muito fácil. Ainda assim, decidiu abrir-se a janela às 14:45, com o start marcado para trinta minutos depois. A primeira meia hora, ainda na zona da descolagem, estava bastante complicada, e muitos pilotos acharam que não iriam conseguir sair; para alguns, a manga poderia muito bem ser cancelada. A turbulência, o vento lateral e o tecto bastante baixo eram indícios de que o voo não ia ser nada simples. Mas não foi o que aconteceu. À medida que o dia ia avançando, as condições iam melhorando; a parte final do voo, na zona do Douro internacional, foi feito com tecto próximo dos 2500 metros, e os pilotos puderam então disfrutar da beleza do local.

No final, 25 pilotos chegaram à meta. Num acto de solidariedade entre irmãos, Nuno e Cláudio Virgílio chegaram ao mesmo tempo, com 1 hora e 49 minutos de voo, ambos conseguindo deste modo os 1000 pontos; o espanhol Juan Carlos Melon ficou com o 3º lugar.

As previsões para amanhã parecem muito boas, pelo que os pilotos estão bastante entusiasmados com o último dia de prova, do campeonato, e aquele que ainda vai decidir dois lugares do pódio.

 

 

7 de Agosto - 5º dia

O dia nasceu cinzento. Ainda não eram 9 da manhã e as nuvens cobriam o céu. O vento soprava também com alguma força. Tal como ontem, foi marcado novo briefing para as 11h da manhã e, depois de não se chegar a conclusão sobre a evolução das condições, um terceiro para o meio-dia. Por esta altura, a única eólica na Serra de Bornes continuava a rodar com força.

Enquanto se esperava, as nuvens foram desaparecendo, mas o vento continuava forte. Ao meio-dia, e depois de apresentar as previsões para os próximos dias, que parecem favoráveis, especialmente para sábado, o director de prova, Paulo Júlio, cancelou o dia para hoje.

 

 

 

 

 

6 de Agosto - 4º dia

 

Com as previsões do dia anterior, ninguém acreditava que hoje se poderia realizar uma manga. Ainda no secretariado, o director de prova marcou um segundo briefing para as 11 horas para se decidir se se subia ou não para a descolagem. As previsões, que indicavam a entrada de uma frente, não estavam a coincidir com a realidade e o vento forte também previsto, não se verificava. Como ainda havia uma pequena possibilidade, os carros começaram a levar os pilotos para cima, passavam apenas alguns minutos das 11 da manhã.

Apesar de atrasada, a frente começou finalmente a entrar e o céu começou a ficar encoberto. Já na descolagem, ninguém preparava o equipamento. As condições começavam a assemelhar-se aquilo que se tinha que as previsões indicavam. Ainda saíram alguns wind dummies, mas não conseguiram subir, e o vento continuava a aumentar. Quando o dia foi cancelado, já todos sabiam que não ia haver manga. As previsões para amanhã continuam a indicar vento um pouco forte, tecto relativamente baixo (1700 metros às 16 horas) e algumas nuvens, contudo, ainda é cedo e as condições podem alterar-se.

5 de Agosto - 3º dia

As previsões que anteriormente indicavam boas condições durante a semana alteraram-se, impossibilitando a realização de uma manga para hoje. Depois do primeiro briefing no secretariado, onde foi dada a informação de que o vento teria tendência para aumentar com o decorrer do dia, os pilotos ficaram logo prevenidos de que, na hipótese de realização de uma manga, esta teria que ser bastante cedo.

A subida para a descolagem foi feita por volta das 10:30/11 da manhã. Ao chegar lá acima, ainda houve alguma esperança de que as previsões não batessem certo com as condições reais do dia. O vento não parecia estar muito forte, existindo mesmo momentos em que era nulo, e começava a verificar-se a existência de alguns ciclos térmicos. Os pilotos apressaram-se então a abrir as asas na descolagem e preparar o equipamento para não perder nenhum tempo.

A manga definida consistia num percurso curto e rápido (pouco mais de 30 quilómetros) sem nenhuma baliza e com meta em Vimioso. O objectivo era que todos os pilotos conseguissem completar o percurso antes de entrar o vento forte. Os wind dummies saíram (três), mas nenhum conseguiu subir acima da descolagem. Entretanto, a intensidade do vento ia aumentando e os pilotos começaram a perder as esperanças. Ainda se definiu outra manga, mas não houve hipótese. Quando se foi verificar a velocidade do vento num local da serra mais virado a Sul, esta estava já nos 40 km/h. O dia foi cancelado. As previsões para amanhã também não são muito favoráveis, mas nada é certo. O vento ameaça estragar novamente o dia, mas pode ser que as condições se alterem até lá.

4 de Agosto - 2º dia

As previsões para o segundo dia pareciam semelhantes, talvez até um pouco melhores, que as de ontem. Tecto um pouco acima dos 3000 metros, com vento de sudoeste, um pouco mais fraco que no dia anterior, anunciava mais um bom dia de voo. Realizou-se um curto briefing ainda no secretariado para dar algumas informações básicas aos pilotos. O comité (Fernando Amaral, João Vidal e Nuno Virgílio) reuniu-se ainda cá em baixo com o director de prova para definir a manga para o dia, de modo a acelerar tudo a partir do momento em que chegassem à descolagem.

A meta seria em Miranda do Douro, com duas balizas, uma em Sendas e outra em Vimioso – 63 quilómetros. Saíram dois wind dummies que não conseguiram subir e ficaram pela aterragem oficial. O terceiro, no entanto, encontrou algumas térmicas, subiu, e deu esperança aos pilotos. A janela abriu às 13:50 e o start às 14:30.

O ar estava um pouco turbulento por cima da descolagem e durante os primeiros quilómetros. A partir daí, e à medida que a manga se ia desenrolando, tudo ficava mais fácil. Os dois primeiros grupos iam bastante juntos, não tendo existido grande diferença entre eles na chegada à meta. Contudo, foi um voo lento. O último piloto a chegar, cruzou a linha de tempo poucos minutos antes de esta fechar e foram bastantes os pilotos com mais de 4 horas de voo.

Depois de algum azar nas restantes provas do campeonato, Pedro Moreira parece estar de volta às boas classificações, tendo liderado esta manga durante todo o voo e terminado depois em primeiro lugar. Logo atrás chegaram os irmãos Virgílio, com Nuno em segundo e Cláudio em terceiro, que conseguiram ultrapassar Paulo Nunes nos últimos dez quilómetros.

Com 23 pilotos na meta, esta foi mais uma manga bem definida tendo em conta as condições meteorológicas. Com as previsões para os próximos dias a continuarem boas, e mais cinco dias de voo possíveis, as expectativas dos pilotos são bastante altas para esta que é a última prova do Campeonato Nacional 2008.

3 de Agosto - 1º dia

No começo da última prova a contar para o Campeonato Nacional de Parapente 2008, na Serra de Bornes, junto a Macedo de Cavaleiros, os pilotos reuniram-se para a competiçao que, por durar sete dias, pode redifinir todo o campeonato.Apesar das baixas expectativas em relação ao número de inscrições, foram mais de 50 os pilotos que decidiram vir voar a Bornes.

As previsões para o primeiro dia (assim como para os restantes) pareciam bastante animadoras. Com tectos altos, vento fraco e boa térmica, o facto de só se descolar para uma direcção (NW) não parecia apresentar nenhum problema.Os pilotos reuniram-se no secretariado, situado no Instituto Piaget, por volta das 9 da manhã para carregarem os pontos nos GPSs e esperarem pelo primeiro briefing.

Eram mais ou menos 10:30 quando o director de prova, Paulo Júlio, o anunciou. Como habitualmente, foi feita uma pequena introdução sobre como funcionaria a prova, foram feitos alguns alertas sobre a regulamentação e foi apresentada a equipa que coordenaria o evento. Às 11 horas os carros começaram a levar os pilotos para a descolagem.

Entretanto, enquanto se esperava que o vento começasse a entrar de frente, o comité de pilotos reuniu para definir a prova. Uma manga com cerca de 40 quilómetros, com meta em Rio Frio e uma baliza em Sendas. O vento, a entrar de sudoeste no início do dia e a virar a oeste com o decorrer deste, permitiria aos pilotos fazer uma manga quase sempre com vento de costas.

E assim foi. Com a abertura da janela às 14 horas e o start quartenta minutos depois, os pilotos começaram a posicionar-se por cima da serra para um melhor arranque para a prova. No final, 19 pilotos chegaram à meta. Num verdadeiro sprint final, os dez primeiros chegaram num período de apenas 3 minutos.Nuno Virgílio foi o primeiro, seguido de Cristiano Pereira e Cláudio Virgílio, com alguns pilotos a fazerem uma média de quase 40 km/h, o que lhes permitiu completar a prova em menos de uma hora.

 

Pedro Pina
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