IV Festival Nacional de Parapente - Competição Internacional da Serra da Estrela, Linhares 2008

Terceira Prova do Campeonato Nacional 2008

27 de Julho - 4º dia

À semelhança do primeiro dia, as previsões para hoje indicavam vento bastante forte de Oeste, com praticamente 5 m/s às 13 horas e a aumentar para 7 m/s às 16 horas. Decidiu-se então no briefing matinal deslocar os pilotos para Seia e fazer uma manga muito parecida com a primeira; a única diferença seria a baliza da Santinha, que passaria a não existir, sendo substituída por outra mais perto do Folgosinho. De resto, os pilotos teriam que passar por Gouveia e fazer depois uma triangulação por cima de Linhares, que incluía a descolagem, o castelo e a aterragem oficial – pouco mais de 30 quilómetros.

 

 


Ao chegar à descolagem de Seia, o vento estava ainda relativamente fraco, a entrar um pouco de Sudoeste. Os pilotos prepararam o equipamento e aguardaram a abertura da janela. Com o tecto baixo, ainda que mais alto que no primeiro dia, a saída para a manga teria que ser feita bastante perto da serra. A primeira térmica estava bastante difícil, com muita deriva, e os pilotos tiveram que aguentar muito tempo muito baixo, algumas vezes bastante abaixo da descolagem. Alguns não conseguiram subir o suficiente, avançando para o vale na esperança de encontrar melhores condições. Mas praticamente não havia térmicas e as que existiam estavam bastante partidas devido à velocidade do vento.


Houve um pequeno grupo que conseguiu sair e mais à frente as condições melhoravam. Ainda assim, o número de pilotos que conseguiu terminar a prova foi pequeno (apenas seis). A triangulação por cima de Linhares, com pernas contra-vento dificultou muito o voo dos que iam chegando até aqui, fazendo mesmo com que alguns aterrassem directamente, sem tentarem fazer as restantes balizas.


Com duas mangas válidas, o grande vencedor desta terceira prova foi Cláudio Virgílio, seguido de Gil Navalho e de Américo Sousa, em segundo e terceiro lugar, respectivamente. A próxima competição disputa-se daqui a uma semana na Serra de Bornes, em Macedo de Cavaleiros; com sete dias de voo possíveis, muita coisa pode ainda mudar na classificação do campeonato nacional.

A uma prova do final Sílvia Ventura continua a liderar a classe feminina, com Helena Mafalda em segundo lugar. Em relação aos Jovens Competidores, não há alterações no primeiro e segundo lugar; apenas Luís Neves, que se encontrava no 4º lugar, conseguiu, com esta prova, passar para a frente de Nélio Barros.

 

26 de Julho - 3º dia

O dia de hoje começou de certa forma semelhante ao de ontem. As nuvens baixas cobriam a descolagem de Linhares e tapavam totalmente o Sol. Havia, no entanto, uma diferença que deixou os pilotos com mais esperança: o vento era bastante mais fraco. Às 9:30, lá estavam todos reunidos em frente ao castelo para o primeiro briefing do dia.


Depois de uma pequena apresentação das condições do dia, Fernando Amaral remarcou novo briefing para as 11 da manhã, com esperanças que se verificassem algumas alterações na meteorologia. Contudo, pouco mais de trinta minutos depois, a decisão já tinha sido tomada: os pilotos iam descolar da Azinha. No caminho para lá as nuvens iam desaparecendo, deixando cada vez mais céu azul visível. Como a viagem era bastante longa (mais de uma hora até à descolagem), a preparação do voo ia ser feita um pouco à pressa.


Poucos minutos depois de os últimos pilotos chegarem, já o briefing estava a começar. A partir daí, não houve tempo para descontrair. A janela abriu 15 minutos depois de este ter terminado e o start passada uma hora. A manga teria uma pequena triangulação logo ali no vale (uma baliza um pouco a Oeste do Poço do Inferno e outra na descolagem de escola), com a terceira baliza em Gonçalo e a meta em Vilar Formoso. Com o tecto do dia a rondar os 2000 metros, o voo foi bastante lento no início. Apesar de haver nuvens na zona da descolagem (com a base a rondar os 2000 metros), os pilotos não arriscaram muito aí, e muito menos depois da terceira baliza, onde a térmica era azul.


Com muitos pilotos a “morrer na praia”, treze asas chegaram à meta. Nuno Virgílio, que não tinha estado presente nos restantes dias de prova, ganhou esta manga, com o irmão Cláudio a perder o segundo lugar para Gil Navalho por apenas um segundo. Para terminar o dia em beleza, o jantar do festival teve lugar esta noite. Com muita comida para todos, não houve quem faltasse à festa, onde foram também entregues lembranças aos clubes participantes.

As previsões para amanhã indicavam vento um pouco forte de Oeste, mas só na altura se saberá. Espera-se mais uma manga no último dia de prova na Serra da Estrela.

 

 

25 de Julho - 2º dia

Não foi preciso briefing para perceber como ia ser o dia de hoje. Bastava olhar pela janela. Tecto muito baixo, com as nuvens a tapar a descolagem, chuva miudinha, daquela “molha tolos”, e vento forte. Ninguém estava presente no briefing das 9:30, adiou-se para as 11 da manhã. Aí, a confirmação chegou pela voz do Fernando Amaral: “o dia está cancelado”. Hoje é para descansar.

 

 

24 de Julho - 1º dia

Depois de Mirandela, começou a terceira prova a contar para o Campeonato Nacional de Parapente, na Serra da Estrela. Com apenas um dia de intervalo entre as duas competições, não houve muito tempo para descansar mas, ainda assim, eram muitos os pilotos presentes em Linhares da Beira esta manhã. O briefing marcado para as 9:30 teve que ser adiado várias vezes, tendo em conta o número de inscrições que ainda havia para fazer.


Finalmente, cerca de uma hora depois, o director de prova, Fernando Amaral, reuniu os pilotos em frente ao castelo para uma breve introdução. As previsões indicavam vento fraco de manhã, direcção W, a aumentar com o decorrer do dia para valores que colocavam em risco a execução da manga. Para além disso, a existência de várias inversões (aos 1200, 1500 e 2000 metros) dificultava ainda mais o trabalho do comité de pilotos e director de prova de definirem o percurso para o dia. Ainda assim, a decisão foi levar os pilotos para a descolagem de Seia, para depois fazer meta na aterragem oficial de Linhares.


Ao chegar à descolagem, verificou-se que a intensidade do vento estava um pouco abaixo daquilo que indicavam as previsões, o que animou um pouco os pilotos. No entanto, eram muitos os que não tinham qualquer esperança para o dia, não retirando sequer as asas dos sacos. No segundo briefing foi apresentada a manga definitiva: uma baliza em Gouveia (onde era também o start), outra na Santinha, e depois uma triangulação entre a aterragem, a descolagem e o castelo de Linhares, terminando, como se tinha previsto, na aterragem oficial (cerca de 40 quilómetros).


Alguns pilotos descolaram poucos minutos depois da abertura da janela (14 horas). O vento forte já se fazia sentir e era bastante complicado avançar no terreno. Para além desse factor, a deriva a enrolar as térmicas era muito grande e a inversão não permitia subir muito acima da descolagem. Alguns pilotos foram então para o vale procurar melhores condições. Aquilo que encontraram foi mais dificuldades. O vento estava bastante mais forte, tendo mesmo alguns participantes avisado o director de prova de Nível 3 de segurança junto ao chão. Depois de recolher informações nesse sentido de vários pilotos (incluindo os pertencentes ao comité), o Fernando Amaral decidiu parar a manga.


As previsões para amanhã indicam vento um pouco mais forte, mas para o fim-de-semana esperam-se dois bons dias de voo. Apesar de não ter começado da melhor maneira, pode ser que este regresso das provas FAI II à Serra da Estrela termine em beleza.

 

 

 

 

 

Pedro Pina
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