Open de Voo Livre de Parapente e Delta Castelo de Vide

Primeira Prova do Campeonato Naconal 2008

25 Junho – 3º dia


O terceiro dia voltou a desiludir. As previsões indicavam a possibilidade de um dia de voo que teria um começo bastante atrasado. O vento ia ser praticamente nulo durante a manhã e início da tarde. A partir das 15h, entraria de Noroeste com intensidade bastante fraca. Se realmente tivesse sido este o caso, o dia teria sido bastante bom, e a manga definida (cerca de 60 quilómetros) com uma baliza em Membrio e golo em Alcantara, Espanha, seria bastante adequada.


Todos sabiam que se ia voar tarde. O sol tinha estado a aquecer durante a manhã toda a parte de trás do monte da descolagem e o vento entrava de costas. A encosta da descolagem, por estar virada a Sudoeste, só iria aquecer da parte da tarde. Com o vento meteorológico fraco, os ciclos térmicos e as brisas locais iriam definir o dia.


A subida para a descolagem, no entanto, fez-se à mesma hora de sempre: 11 da manhã. Os pilotos hoje estavam bastante mais descontraídos que nos dias anteriores. A pressa para descolar não era nenhuma; mal chegaram lá acima, confirmaram aquilo que já esperavam – a manga de vento estava de costas.


A partir daqui foi esperar. Ouviu-se m úsica, leram-se livros (algumas páginas, para ser mais correcto), contaram-se piadas. Apesar do calor intenso que se fazia sentir na descolagem, a boa disposição nunca abandonou os presentes. As asas, essas, continuavam a esturricar nadescolagem, prontas a descolar mal o vento entrasse de frente. A manga esteve definida desde o início da tarde, só a hora da abertura da janela e do start faltavam no painel. A espera continuava.


A impaciência começou a instalar-se. O calor era muito e as garrafas de água começavam a escassear. A vontade de estar na descolagem começava a diminuir. Afinal, já se tinham passado cinco horas desde a subida. Foi então que Eduardo Lagoa tomou a decisão de reunir com o comité de pilotos - redefiniram o percurso e tomaram uma decisão final: às cinco da tarde, ou se voava, ou se cancelava a manga.
Às 17h, a manga de vento continuava de costas. Depois de uma espera prolongada, o dia foi encerrado. Mais uma vez, a meteorologia a deixar a organização sem alternativas.

Deste modo, na classificação em relação à classe de Jovens Competidores no Campeonato Nacional, Roberto Torres encontra-se em primeiro lugar, seguido de Pedro Pina, Nélio Barros e, por fim, Luís Neves, que não conseguiu estar presente neste Open. Na classe de pilotos feminios não houve resultados, tendo em conta que a única participante presente foi Sílvia Ventura, que não voou por só ter chegado no final do 2º dia e não se terem feito mangas nos últimos dois.

24 de Junho – 2º dia

O segundo dia em Castelo de Vide aparentava ser bem melhor. Apesar da menor instabilidade, as previsões indicavam vento um pouco mais fraco, o que iria permitir a realização de uma manga com todas as condições de segurança garantidas.
Pelo sim pelo não, subiu-se para a descolagem bem mais cedo para assegurar que o vento não pregaria novamente nenhuma partida. Mal chegaram lá acima, e depois da experiência do dia anterior, os pilotos apressaram-se a preparar o equipamento
.
Briefing!”. Ao ouvir a voz de Eduardo Lagoa, reuniram debaixo da tenda proporcionada pela organização. A manga iria ser mais curta que a do dia anterior. Com aproximadamente 45 quilómetros, todo o percurso até à povoação espanhola de Albuquerque seguiria por estradas ou povoações, deixando, deste modo, os pilotos à vontade para arriscar um pouco mais.


A janela abriu e os primeiros descolaram imediatamente; o vento tinha estragado a manga no dia anterior, o mesmo não iria acontecer hoje.
Com o tecto bastante baixo (1400m) no início da prova, a saída a partir do Marvão foi muitas vezes adiada pelo grupo da frente. Contudo, ao longe, alguns cumulus anunciavam uma segunda parte da manga com condições térmicas bastante mais favoráveis. Abutres e cegonhas acompanhavam os pilotos por cima das planícies espanholas, marcando-lhes as térmicas, permitindo assim voos bem mais tranquilos.

O primeiro golo em Castelo de Vide. A ocasião era de festa e foi exactamente assim que foi encarada. Eduardo Lagoa presenciou os primeiros pilotos a aterrarem com duas garrafas de espumante, algo que os deixou bastante satisfeitos. Américo Sousa em primeiro lugar, Cláudio Virgílio em segundo e Bayon Benoit em terceiro, foram os grandes vencedores de uma manga com 31 pilotos no golo e 68 a descolarem. Apesar de um primeiro dia menos bom, Castelo de Vide começou em grande, demonstrando, deste modo, a excelente potencialidade do local

 

1º Breefing23 Junho – Pimeiro Dia

As condições esperadas para o dia não eram, apesar de tudo, as mais animadoras. O vento moderado que se vinha a prever desde há uns dias deixava alguns pilotos na expectativa sobre a possibilidade de haver ou não manga naquele dia. Ainda assim, e porque a vontade de voar era muita, o primeiro briefing teve lugar. No Pavilhão Desportivo Municipal de Castelo de Vide, Eduardo Lagoa, director de prova, reuniu os pilotos para uma pequena introdução sobre as condições em que esta primeira competição terá lugar.

A manga iria ser curta. Esta era das poucas certezas que Eduardo Lagoa tinha neste primeiro briefing. “É preferível começar com uma manga curta, mas bem, que começar com uma manga longa e ficar muita gente pelo caminho” – era esta a ideia que o director de prova queria transmitir.




Por volta do meio-dia chegava-se à descolagem. O vento ainda não estava muito forte, o que animou bastante os pilotos.
Já se viam algumas nuvens por trás da descolagem, algo que não se tinha verificado nos dois dias anteriores. A rotina entrou então em funcionamento.




A descolagem encheu-se de asas muito depressa e os pilotos começaram a fazer os preparativos pré-descolagem, enquanto esperavam pelo briefing.

Esse momento chegou por volta das 13:30. A manga definida era, segundo Eduardo Lagoa, “acessível a todos”. Apesar dos aproximadamente 60 quilómetros a percorrer, a rota era toda feita a favor do vento e quase sempre por cima de estradas, para facilitar as recolhas. O vento, no entanto, começava a aumentar.

A abertura da janela ficou para as 14 horas e o start às 14:15. O tempo já não era muito e os pilotos apressaram-se para a descolagem para os acertos finais. O vento estava agora bastante forte. Chegou a hora e a janela abriu. Os primeiros pilotos foram para o ar e a partir desse momento, alguns dos que estavam no chão decidiram não descolar. O vento era já muito forte e muitos dos pilotos que tinham descolado tinham grandes dificuldades em avançar contra o vento. A descolagem tornou-se praticamente impraticável.


O comité de pilotos decidiu que a janela deveria ser suspensa, pelo menos até que as condições melhorassem e as questões de segurança deixassem de ser postas em causa. A decisão foi, como se veio a verificar mais tarde, a mais acertada. A manga acabou por ser cancelada. Américo Sousa, que tinha já descolado e aterrou perto da 1ª baliza, a aproximadamente 30 quilómetros, considera a decisão a mais acertada. Para ele, “se tivéssemos começado mais cedo, a manga tinha sido validada; mas naquelas condições achei muito bem que esta tivesse sido cancelada”.

Pedro Pina
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